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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Na aldeia de Borba, Évora, cerca das 15h45 de hoje, ocorreu um aluimento de terras que arrastou parte de uma estrada para dentro de uma pedreira. A pedreira estava cheia de água e foi lá que caíram as vítimas.
O aluimento de um troço da antiga EN 255, no percurso entre Borba e Vila Viçosa, arrastou três viaturas (um carro, uma carrinha caixa aberta e uma retroescavadora) para dentro de uma pedreira, fazendo "duas vítimas mortais e pelo menos quatro desaparecidos". Segundo o comandante da Proteção Civil, José Artur Neves, as operações de busca e resgate são extremamente delicadas e morosas "podem levar semanas" a concluir.
Olhando as imagens que têm repetidamente passado nas emissões noticiosas, havia uma estrada, estreita, sem seguranças laterais que "caía" a pique de ambos os lados para uma profundidade absurda de escavações. Olhar, mesmo de longe, mete medo, quanto mais circular por ali diariamente. Ainda mais, sabendo-se que há dois dias terá sido sentido um pequeno sismo na zona, o que aliado às chuvadas fortes que têm assolado a região, podiam ser um sinal de alerta e de prevenção, o que não chegou a acontecer a tempo!
Mas de certo, alguém devia saber o que fazia mantendo a estrada aberta. A "tragédia" estava para acontecer a qualquer momento. Esta foi a frase mais repetida por moradores e familiares das vítimas no local. O mau estado da estrada que passava entre duas pedreiras, uma delas desativada, já tinha motivado alertas de várias pessoas e entidades. Há agora a lamentar as vítimas. E um dia, talvez se encontrem responsáveis pelo desastre que, mais uma vez, poderia ter sido evitado.
Fontes:
https://www.dn.pt/pais/a-tragedia-anunciada-da-estrada-que-abateu-em-borba-10202364.html
Em primeiro lugar, é preciso contextualizar que a 1ª Guerra Mundial - ou a Grande Guerra - que começou em 1914 e se tornou num dos maiores massacres do Século XX. Estima-se que cerca de 10 milhões de soldados tenham perdido a vida, sem contabilizar as baixas civis que a guerra, direta ou indiretamente, provocou.
O Armistício, que veio colocar um fim a este grande conflito, ocorreu no dia 11 de novembro de 1918, precisamente há 100 anos. A Alemanha e os Aliados assinaram dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, em França, o Armistício de Compiègne, que representou a rendição alemã e o fim da Primeira Guerra Mundial. No ano seguinte, a 28 de junho, seria então assinado o Tratado de Versalhes - tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial.
Mas temos de voltar um pouco mais atrás para perceber que guerra foi esta.
De um lado, estava o bloco composto pelos aliados - Grã-Bretanha, França, Sérvia e Rússia Imperial (às quais se uniram posteriormente a Grécia, Portugal em 1916, Roménia e Estados Unidos em 1917) e do outro, a Tríplice Aliança, composta pela Alemanha e Império Austro-Húngaro (às quais se uniram posteriormente o Império Turco Otomano e a Bulgária). Apesar da Itália ter começado por lutar do lado da Alemanha, acabou por se juntar aos Aliados. Esta guerra ocorreu com conflitos no mar e em terra - esta foi também chamada "Guerra das Trincheiras", - mas, pela primeira vez, a guerra acontecia também no ar.
A guerra começou quando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e a sua esposa, a arquiduquesa Sofia, foram assassinados em Sarajevo, que na época fazia do Império Austro-Húngaro. Podemos afirmar que, apesar da Grande Guerra "ter sido desencadeada por uma série de acontecimentos subsequentes ao assassinato do arquiduque, as causas da guerra são muito mais profundas, envolvendo uma série de questões políticas, culturais e económicas, além de uma complexa teia de alianças que se desenvolveram entre as diferentes potências europeias ao longo do século XIX, após a derrota final de Napoleão Bonaparte, em 1815, e o Congresso de Viena."
Os vários estados imperialistas e as dificuldades associadas à partilha dos territórios africanos, foram apenas algumas das causas. Associado às políticas nacionalistas que se iam desenvolvendo em França (no pós revolução francesa) e na Alemanha, surgiu um outro ponto de tensão, mais a leste, com a disputa sobre as províncias dos Bálcãs. A Bósnia e Herzegovina foi anexada ao território Áustro-Hungria em 1908, (que desde o Congresso de Berlim em 1878, estava no Império Otomano, mas se encontrava de facto sob gestão Austro-Húngara). Esta situação veio perturbar o frágil equilíbrio de poder nos Bálcãs, causando uma contra-reação da parte da Sérvia e dos nacionalistas pan-eslavos na Europa. "Com o enfraquecimento da Rússia, o país incitou o sentimento pró-russo e anti-austríaco na Sérvia e em outras províncias dos Bálcãs, provocando temores austríacos do expansionismo eslavo na região."
Se Guilherme I, tinha assegurado alianças de paz entre a Alemanha e quase todos os países da Europa (à exceção de França) e de "um entendimento diplomático com a Rússia," a chegada ao trono de um monarca mais jovem, afasta Bismark e deita por terra muitos dos acordos até ali conseguidos.
Guilherme II "não conseguiu renovar o tratado de 1887 com a Rússia." A França republicana, sua opositora, consegue então fazer "uma aliança com o Império Russo. No entanto, o pior ainda estaria para vir, uma vez que Guilherme II encetou esforços para a criação de uma marinha germânica que fosse capaz de ameaçar o domínio Britânico dos mares, abrindo caminho para a Entente Cordiale de 1904 entre a França e Inglaterra e a sua expansão para com os Russos em 1907, formando a Tríplice Entente (em oposição à Tríplice Aliança de 1882 - entre a Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália)."
Em 1912, num Conselho de Guerra, é proposto enão por Guilherme II que a Sérvia fosse atacada, defendendo que, se a guerra era inevitável, quanto mais cedo melhor, de forma a que se antecipasse a construção da linha férrea que ligaria a Rússia ao território alemão. No entanto, foi necessário preparar e equipar o exército, tendo a guerra começado a 28 de julho de 1914.
Entre agosto de 1914 e novembro do mesmo ano, as Potências Centrais realizaram uma grande ofensiva nas duas principais frentes de batalha - a oriental e a ocidental. Na frente ocidental, os alemães avançaram pelo território francês, chegando a cerca de 50 quilómetros da capital, Paris.
A partir de novembro de 1914, o avanço das Potências Centrais, acabou por ser contido, dando início a um novo tipo de guerra: a guerra de trincheiras. "Nesta, os exércitos utilizam trincheiras, cercas de arame farpado, campos minados, posições de metralhadoras, artilharia e fortificações para defender" os seus territórios. Na frente ocidental, o sistema de trincheiras e fortificações "estendia-se por cerca de 760 km."
Uma das batalhas mais importantes foi a que ocorreu junto ao rio Somme. Só no primeiro dia (1 de julho de 1916), exército britânico, "perdeu cerca de 57000 soldados," nesta batalha, em que se usaram pela primeira vez na história, tanques de guerra. Dos "mais de três milhões de soldados" que combateram durante quase cinco meses, estima-se que cerca de 400 mil tenham perdido a vida.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Guerra_Imperial_Alem%C3%A3o_de_8_de_dezembro_de_1912
https://pt.wikipedia.org/wiki/Causas_da_Primeira_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/batalha-do-somme.htm
https://antt.dglab.gov.pt/exposicoes-virtuais-2/o-fim-da-grande-guerra/
A intérprete de "Silêncio e tanta gente", que num espectáculo apresentado por Fialho Gouveia e Manuela Moura Guedes, se sentou ao piano e surpreendeu os portugueses pela qualidade do seu trabalho, no festival da canção de 1984, faleceu vítima de infeção respiratória com 73 anos. O velório de Maria Guinot realiza-se este domingo, a partir das 16h, na Igreja da Parede. O funeral realiza-se na segunda-feira, no cemitério de Barcarena.
Maria Guinot, de seu verdadeiro nome Maria Adelaide Fernandes Guinot Moreno, nasceu em Lisboa a 20 de Junho de 1945 e foi viver com a família para o Barreiro.
Aos 4 anos de idade começou a aprender piano. Depois de terminar o curso no Conservatório conseguiu ingresar no Coro Gulbenkian. Iniciou a sua carreira no mundo do espetáculo no final da década de 1960, com um programa de rádio, que acabou por conduzir à gravação do seu single de estreia, lançando ainda um segundo single com o título "Criança Loura" (1968) mas foi a sua participação em dois festivais da canção que a tiraram do anonimato.
Permanece afastada da música durante vários anos, até à década de 1980, quando ficou em 3.º lugar no Festival RTP da Canção de 1981, com o tema "Um Adeus, Um Recomeço". Participa no Festival da Canção da Rádio Comercial com os temas "Falar Só Por Falar", "Vai Longe o Tempo" e "Um Viver Diferente". No mesmo ano lançado o single "Falar Só Por Falar".
Em 1984 volta ao Festival RTP da Canção com "Silêncio e Tanta Gente" e fica em primeiro lugar, com letra e música assinada pela própria. A noite que haveria de levar Maria Guinot para os palco internacional da Eurovisão foi, no mínimo, peculiar. No dia 7 de março de 1984, os finalistas do Festival da Canção subiram ao palco para interpretar os seus temas sem a habitual orquestra. Um diferendo entre a RTP e o Sindicato dos Músicos ditou que a edição daquele ano iria avançar sem a colaboração dos músicos. Todos os concorrentes foram, assim, obrigados a recorrer ao playback.
Todos menos uma: Maria Guinot. A cantora fez saber à organização que precisava apenas de um piano. Ela própria iria tocar e cantar. E assim foi. Acabou por vencer e por garantir um lugar na Eurovisão.
O Diário de Lisboa anunciou a sua vitória na capa do jornal com o título: “Festival guinou para melhor”. Na edição do dia seguinte – 8 de março de 1984 – escreveu então uma crónica com o título, “Uma canção certa num festival errado”, o regional descrevia a vitória da cantora como sendo o único ponto positivo de uma noite que ficaria marcada pelo desaguisado entre a televisão pública e os músicos.
Representa Portugal na Eurovisão, mas apesar da excelente receção a canção não foi além do 11º lugar.
O tema "Homenagem às Mães da Praça de Maio" é incluído no duplo álbum Cem Anos de Maio, editado pela CGTP em 1986.
No programa "Deixem Passar a Música", gravado para a RTP, Maria Guinot foi acompanhado pela orquestra dirigida por José Mário Branco nas canções "Atlântida", "Balada das Meias Palavras", "Ai Quem Me Dera", "O Baile das Segundas-feiras", "Feiras das Existências" e "A Bela Adormecida". Em play-back apresentou "As Mães da Praça de Maio" e "Saudação a José Afonso" (canção recusada pelo júri do Festival RTP da Canção de 1986, ainda com o nome de "A Título Póstumo").
Em 1987 foi editado o álbum "Esta Palavra Mulher", uma edição de autor. Participa no Festival da Canção desse ano ao assinar a letra de "Imaginem Só", interpretada por Ana Alves.
Em 1990, colabora no disco "Correspondências", de José Mário Branco.
Em 1991 é editado pela UPAV o álbum "Maria Guinot", com produção de José Mário Branco. Participam neste disco José Marinho (piano, teclados), Irene Lima (violoncelo) Luís Oliveira (viola acústica) Tony Rato (baixo eléctrico) Carlos Bica (contrabaixo) Ricardo Ramalho (flauta) Edgar Caramelo (saxofone tenor) João Nuno Represas (percussões) Fernando Ribeiro (acordeão) Maria Guinot (piano) e Artur Moreira (clarinete).
Em 1999 é editado pelo Ediclube o livro "Histórias do Fado" de Maria Guinot, Ruben de Carvalho e José Manuel Osório, sob o tema de "Um século de Fado".
Em 2004, Maria Guinot lança o livro "Memórias de um Espermatozóide Irrequieto", que inclui também um CD com 13 inéditos, de nome "Tudo Passa".
Maria Guinot cede um tema para o disco "Um mar de sons", comemorativo da 100ª edição do roteiro cultural de Oeiras, com nove músicas cantadas ou tocadas por gentes de Oeiras, numa mistura de sons e estilos. Outros nomes que participaram no disco incluem o Coro de Santo Amaro de Oeiras, Fade Out, Pedro Osório, Cramol, Desso Blues Gang, Pedro Carneiro, Flushot e o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras.
Em 2010, depois de ter sofrido três AVC's deixa de tocar piano.
Sobre ela, Júlio Isidro, apresentador, lamenta ao Observador o facto de a artista ”nunca ter tido o reconhecimento popular que merecia”, apesar de ter sido “reconhecida pelos seus pares”. Por isso, “isto é um adeus mas pode ser também um recomeço” para a cantora e a sua obra. “Tenho já saudades de Maria Guinot. Na verdade, já as tinha, porque ela acabou muito antes de ter desaparecido hoje”, concluiu.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_Guinot
https://www.dn.pt/cultura/morreu-a-cantora-maria-guinot-10127165.html
Foi com alguma surpresa que chegou a notíocia da morte de Helena Ramos, de 64 anos, uma vez que resolveu esconder de quase todos a doença que tinha. O cancro, esse inimigo que leva para si os sorrisos das boas pessoas.
Helena Ramos nasceu a 28 de julho de 1954 em Vale de Cambra, e cresceu em Sever de Vouga. Estudou num colégio interno.
Em 1978, seis anos depois de vir para Lisboa, foi contratada pela RTP como locutora de continuidade, e a sua voz nunca deixou de ser conhecida.
Na sua carreira apresentou programas e concursos como o "Jogo de Damas" (1993), "Canal Aberto" (1996), "Boa Tarde" (2000) ou "Os Vencedores" (2002).
Destacou-se também no acompanhamento de desfiles de Carnaval, nas Marchas Populares, na apresentação do "Natal dos Hospitais" e, na apresentação do Totoloto e o Toto-Sorteio.
Entrou para a RTP Memória logo desde a sua fundação, onde a podíamos ver em "Cartaz de Memórias", "Há Conversa", entre outros.
Na década de 90 destacou-se como atriz e em 2006 apresentou o Festival da Canção, ao lado de Eládio Clímaco. Helena Ramos apresentava ao lado de Maria João Gama, uma rubrica semanal na RTP Memória chamada “Tributo”.
O seu currículo é riquíssimo, deixando saudades a todos os que trabalharam ou privaram com ela.
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