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Caderno Diário

Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.

Caderno Diário

Escrever é algo que me apraz. Ante a minha vontade de criar, muitas vezes me falta tempo. Aqui passo da vontade à prática. Este é um caderno onde escrevo sobre a minha vida pessoal e temas da atualidade que me fazem refletir.

110 anos depois do sismo de Benavente

O sismo de Benavente de 1909 foi um abalo telúrico que ocorreu no dia 23 de abril de 1909, às 17h05. Afetou a região ribatejana que abrange os concelhos de Benavente e Salvaterra de Magos, tendo provocado cerca de quatro dezenas de mortos e elevados prejuízos materiais.

O sismo teve origem na Falha do Vale Inferior do Tejo, uma falha intra-placa activa e terá atingido uma magnitude de 6.1 na escala de Richter. Foi o mais importante sismo gerado sob o território continental português em todo o século XX, uma vez que o sismo de 1969 (de magnitude superior a 7.0) teve o seu epicentro a sudoeste da costa algarvia.

De acordo com relatos da época, o sismo teve uma duração de 22 segundos. Os mesmos relatos referem que o terramoto se terá desenrolado em duas fases, inciando com um movimento vertical seguido por vários abalos horizontais mais violentos e de maior duração. Ao longo das semanas que se seguiram, sentiram-se várias réplicas com menor intensidade.

O sismo provocou 42 mortos e 75 feridos, distribuindo-se as vítimas mortais do seguinte modo: 30 na freguesia de Benavente, 7 na freguesia de Samora Correia, 3 na freguesia de Santo Estêvão e 2 na freguesia de Salvaterra de Magos. O balanço que só não foi mais dramático porque, à hora em que ocorreu, 17:05h, a grande maioria da população estava ainda a trabalhar nos campos.   

Para além das perdas humanas, o sismo provocou ainda elevados danos materiais, tanto nas habitações como em edifícios que constituem património municipal. O património religioso foi sem sombra de dúvida o mais afetado, de que são exemplos a Igreja Matriz, a Igreja de Santiago, a Igreja de S. Tomé, a capela de Nª Srª da Paz e os Paços do Concelho. 

Testemunhos da época fazem referência a «nuvens colossais de poeira que se elevam nos ares», ao «barulho infernal dos prédios a cair», e aos «gritos de dor de uma população inteira». Sem comunicação telegráfica, a notícia do sismo chegou à capital do distrito, Santarém, através de um lavrador que para  se dirigiu.

FOTO: CM BENAVENTE

Dos edifícios públicos, apenas os edifícios da Câmara Municipal e do actual Museu Municipal (em Benavente) e o Palácio da Companhia das Lezírias (em Samora Correia) resistiram, mesmo assim com danos relevantes. Relatos da altura, contam que as muralhas das Portas do Sol se desprenderam quatro blocos do alicerce, um dos quais foi cair ao Tejo, produzindo deslocamento nos carris da linha férrea. A igreja do Salvador tem as abóbodas fendidas e os cunhais da capela-mor e coro todos desligados.

No dia seguinte, o rei D. Manuel visita a zona sinistrada e as forças militares começam a instalar tendas de campanha trazendo consigo mantas, camas, roupas. O Hospital Militar da Estrela envia para o local médicos e enfermeiras.

Por todo o país e no estrangeiro foram feitas subscrições, bandos precatórios e récitas de caridade, com a finalidade de angariar meios para acudir aos mais necessitados. Destacam-se as iniciativas levadas a cabo pelos jornais: “Diário de Notícias”, “O Século” e ainda pela Associação Comercial de Lisboa e pelo Clube de Fenianos do Porto, contribuindo assim para a reconstrução e recuperação de habitações e escolas.

 

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Sismo_de_Benavente_de_1909

https://www.cm-benavente.pt/visitar/historia/terramoto-de-1909

https://correiodoribatejo.pt/memorias-da-cidade-quando-a-terra-tremeu-em-1909-e-1969/