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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Em primeiro lugar, é preciso contextualizar que a 1ª Guerra Mundial - ou a Grande Guerra - que começou em 1914 e se tornou num dos maiores massacres do Século XX. Estima-se que cerca de 10 milhões de soldados tenham perdido a vida, sem contabilizar as baixas civis que a guerra, direta ou indiretamente, provocou.
O Armistício, que veio colocar um fim a este grande conflito, ocorreu no dia 11 de novembro de 1918, precisamente há 100 anos. A Alemanha e os Aliados assinaram dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, em França, o Armistício de Compiègne, que representou a rendição alemã e o fim da Primeira Guerra Mundial. No ano seguinte, a 28 de junho, seria então assinado o Tratado de Versalhes - tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial.
Mas temos de voltar um pouco mais atrás para perceber que guerra foi esta.
De um lado, estava o bloco composto pelos aliados - Grã-Bretanha, França, Sérvia e Rússia Imperial (às quais se uniram posteriormente a Grécia, Portugal em 1916, Roménia e Estados Unidos em 1917) e do outro, a Tríplice Aliança, composta pela Alemanha e Império Austro-Húngaro (às quais se uniram posteriormente o Império Turco Otomano e a Bulgária). Apesar da Itália ter começado por lutar do lado da Alemanha, acabou por se juntar aos Aliados. Esta guerra ocorreu com conflitos no mar e em terra - esta foi também chamada "Guerra das Trincheiras", - mas, pela primeira vez, a guerra acontecia também no ar.
A guerra começou quando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, e a sua esposa, a arquiduquesa Sofia, foram assassinados em Sarajevo, que na época fazia do Império Austro-Húngaro. Podemos afirmar que, apesar da Grande Guerra "ter sido desencadeada por uma série de acontecimentos subsequentes ao assassinato do arquiduque, as causas da guerra são muito mais profundas, envolvendo uma série de questões políticas, culturais e económicas, além de uma complexa teia de alianças que se desenvolveram entre as diferentes potências europeias ao longo do século XIX, após a derrota final de Napoleão Bonaparte, em 1815, e o Congresso de Viena."
Os vários estados imperialistas e as dificuldades associadas à partilha dos territórios africanos, foram apenas algumas das causas. Associado às políticas nacionalistas que se iam desenvolvendo em França (no pós revolução francesa) e na Alemanha, surgiu um outro ponto de tensão, mais a leste, com a disputa sobre as províncias dos Bálcãs. A Bósnia e Herzegovina foi anexada ao território Áustro-Hungria em 1908, (que desde o Congresso de Berlim em 1878, estava no Império Otomano, mas se encontrava de facto sob gestão Austro-Húngara). Esta situação veio perturbar o frágil equilíbrio de poder nos Bálcãs, causando uma contra-reação da parte da Sérvia e dos nacionalistas pan-eslavos na Europa. "Com o enfraquecimento da Rússia, o país incitou o sentimento pró-russo e anti-austríaco na Sérvia e em outras províncias dos Bálcãs, provocando temores austríacos do expansionismo eslavo na região."
Se Guilherme I, tinha assegurado alianças de paz entre a Alemanha e quase todos os países da Europa (à exceção de França) e de "um entendimento diplomático com a Rússia," a chegada ao trono de um monarca mais jovem, afasta Bismark e deita por terra muitos dos acordos até ali conseguidos.
Guilherme II "não conseguiu renovar o tratado de 1887 com a Rússia." A França republicana, sua opositora, consegue então fazer "uma aliança com o Império Russo. No entanto, o pior ainda estaria para vir, uma vez que Guilherme II encetou esforços para a criação de uma marinha germânica que fosse capaz de ameaçar o domínio Britânico dos mares, abrindo caminho para a Entente Cordiale de 1904 entre a França e Inglaterra e a sua expansão para com os Russos em 1907, formando a Tríplice Entente (em oposição à Tríplice Aliança de 1882 - entre a Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália)."
Em 1912, num Conselho de Guerra, é proposto enão por Guilherme II que a Sérvia fosse atacada, defendendo que, se a guerra era inevitável, quanto mais cedo melhor, de forma a que se antecipasse a construção da linha férrea que ligaria a Rússia ao território alemão. No entanto, foi necessário preparar e equipar o exército, tendo a guerra começado a 28 de julho de 1914.
Entre agosto de 1914 e novembro do mesmo ano, as Potências Centrais realizaram uma grande ofensiva nas duas principais frentes de batalha - a oriental e a ocidental. Na frente ocidental, os alemães avançaram pelo território francês, chegando a cerca de 50 quilómetros da capital, Paris.
A partir de novembro de 1914, o avanço das Potências Centrais, acabou por ser contido, dando início a um novo tipo de guerra: a guerra de trincheiras. "Nesta, os exércitos utilizam trincheiras, cercas de arame farpado, campos minados, posições de metralhadoras, artilharia e fortificações para defender" os seus territórios. Na frente ocidental, o sistema de trincheiras e fortificações "estendia-se por cerca de 760 km."
Uma das batalhas mais importantes foi a que ocorreu junto ao rio Somme. Só no primeiro dia (1 de julho de 1916), exército britânico, "perdeu cerca de 57000 soldados," nesta batalha, em que se usaram pela primeira vez na história, tanques de guerra. Dos "mais de três milhões de soldados" que combateram durante quase cinco meses, estima-se que cerca de 400 mil tenham perdido a vida.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Conselho_de_Guerra_Imperial_Alem%C3%A3o_de_8_de_dezembro_de_1912
https://pt.wikipedia.org/wiki/Causas_da_Primeira_Guerra_Mundial
https://pt.wikipedia.org/wiki/Primeira_Guerra_Mundial
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/batalha-do-somme.htm
https://antt.dglab.gov.pt/exposicoes-virtuais-2/o-fim-da-grande-guerra/
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