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Gosto de escrever e aqui partilho um pouco de mim... mas não só. Gosto de factos históricos, políticos e de escrever sobre a sociedade em geral. O mundo tem de ser visto com olhar crítico e sem tabús!
Um autocarro de passageiros que "transportava cerca de 70 pessoas a caminho da cidade de Hyderabad, no estado de Telangana," embateu contra um camião que se encontrava estacionado na via, "em sentido contrário perto da cidade de Chevalla," resultando em, pelo menos 20 vítimas mortais. No dia anterior, outro um autocarro "que transportava passageiros no estado do Rajastão, no oeste do país," chocou contra um camião que se encontrava "estacionado, matando pelo menos 15 pessoas e ferindo outras duas."
Ainda há três semanas, um curto circuito num outro autocarro que transportava 44 pessoas, resultou em cerca de 20 vítimas mortais. O incêndio que deflagrou após o curto-circuito, tomou intensas proporções e "consumiu o autocarro em poucos minutos, enquanto os passageiros estavam ainda no seu interior. Alguns destes conseguiram partir janelas e saltar para um local seguro com ferimentos ligeiros, enquanto outros morreram carbonizados antes que o socorro pudesse chegar."
A 29 de julho, 18 pessoas, que seguiam em peregrinação, morreram depois do veículo que as transportava ter embativo num camião que transportava "botijas de gás de cozinha, no leste da Índia." Estes peregrinos hindús, que são conhecidos como "kanwarias", "transportavam água sagrada do rio Ganges, destinada a ser oferecida ao deus hindu Shiva, a divindade da destruição." De acordo com o "Ministro dos Transportes indiano, Nitin Gadkari" numa declaração prestada ao parlamento, já este ano, "dezenas de milhares de pessoas morrem por ano em acidentes rodoviários na Índia."
As condições dos transportes e das vias são muitas vezes, aliados ao excesso de passageiros, um dos principais fatores para a existência de graves acidentes com elevado número de mortos. A isto acresce a falta de cumprimento das regras de trânsito, a circulação em altas velocidades e a não existência de sinalização nas estradas. Basta uma pequena pesquisa e constatamos que as estradas daquele país asiátio poderão ser consideradas como as mais perigosas do mundo e, isto se tivermos em conta, que não é nem de perto, o país com mais carros a circular. Milhares arriscam a vida em estradas sinuosas e rentes a precipícios dos quais uma queda apenas poderá resultar em morte.
Fontes:
Quem nunca ouviu falar das grandes favelas brasileiras e das enormes quantidades de droga que ali se trafica? Quem nunca ouviu falar dos assassinatos entre grupos rivais, das armas que circulam pelas ruas e das crianças recrutadas para os gangs ainda antes de saberem ler ou escrever?
A megaoperação policial que envolveu "cerca de 2500 agentes," pretendia libertar o Rio de Janeiro do "grupo criminoso Comando Vermelho," mas tornou-se rapidamente "naquela que já é a operação policial mais letal de sempre no Brasil." Apesar das dezenas de detenções - pelo menos "81 pessoas foram detidas na ação nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte da cidade" - o que está a chocar o mundo é o número de mortos.
Foram encerradas "dezenas de escolas, postos de saúde e estradas, deixando partes do Rio em clima de estado de sítio." Muitas armas e viaturas foram já apreendidas, levando os criminosos a reagir incendiando "autocarros e carros para erguer barricadas em várias zonas da cidade," tais como na "Avenida Brasil," na "Linha Vermelha" e na" Cidade de Deus."
Mas uma operação que até poderia ter começado com um objetivo definido e com o intuito de combater o crime organizado, está a resultar numa autêntica chacina.
De acordo com o Jornal "O Estadão", a "cúpula da segurança pública do Rio de Janeiro", acabou por divulgar a lista de "99 dos 117 mortos em operação que foram identificados até agora," nenhum dos quais constaria da "denúncia do Ministério Público que foi usada pela polícia como um dos elementos para embasar a operação."
Durante anos e anos deixaram estes grupos crescer e colocar os seus tentáculos em tudo, incluindo na política brasileira e na própria política, e agora chegam lá armados e matam tudo o que mexe? Na maioria, estes mortos não eram santos, vendiam drogas, matavam, impunham medo naquelas ruas, e muitos dos que agora são chorados, já tinham eles próprios tirado a vida a muita gente. É que os terroristas têm mãe, têm irmãos, e a esses, como se costuma dizer, nunca os filhos cheiram mal. O que está aqui em causa - e que está a ser criticado - é que não é assim que se fazem as coisas! Não se pode entrar num bairro a disparar sem esperar que disparem de volta. O problema está no próprio princípio de um dia se ter permitido que se formasse aquele aglomerado, o problema vem muito de trás e não podendo agora ser evitado, tem de ser tratado de outra forma.
No fundo, qual a verdadeira intenção desta operação? Provocar um massacre? Só morreram ainda quadro membros da autoridade, o que com tanta troca de tiros muito me surpreende. Ou será que o número é superior e não foi ainda denunciado?
O que está em causa é a forma como se está a matar indiscriminadamente, como se impõe a lei pela força. Armas só trazem mais armas, aqueles bairros são a cara de uma cidade corroída pelo crime e pela pobreza, por anos e anos de más políticas económicas e educativas, de sucessivos governos de corrupção. Aquela é a realidade de muitas famílias. Entre aqueles mortos estão criminosos, mas também estão muitos inocentes.
Fico triste por ver que, no meio de tanta gente envolvida, não tenham percebido que aquela era uma má decisão, o que me leva à questão secundária, mas não menos importante: de que lado está a lei?
É que perante a alegação feita pelo governo federal de "que o Comando Vermelho, a mais antiga e mais poderosa organização criminosa do Rio, queria expandir a sua actividade", se parecem ter esquecido de que "no crime organizado" as coisas não são assim tão lineares. É que como refere Paulo Baldaia, no seu artigo publicado no Expresso, no "crime organizado, quando alguém perde, alguém ganha." Aqui acrescentaria que ficam todos a perder. De facto, se escutarem a entrevista que o jornalista do Expresso faz a Danilo Thomaz - jornalista e cientista político brasileiro - conseguimos perceber a envolvência e a origem desta problemática e de como esta situação é ainda mais complexa do que aquilo que nós, que estamos do lado de fora, nos chegamos sequer a aperceber.
Fontes:
https://www.estadao.com.br/brasil/lista-com-o-nome-dos-mortos-em-operacao-no-rio-npr/
O último grande furacão a atingir o continente americano "fez, pelo menos, 32 mortos nas Caraíbas," e foi já considerado como "o terceiro furacão mais intenso observado" naquela região, "atrás do Wilma (2005) e do Gilbert (1988)" e igualando "o recorde de 1935 como o mais intenso a atingir a Jamaica."
O enorme rasto de destruição começou na terça-feira, quando o Melissa atingiu "a Jamaica como uma tempestade recorde de Categoria 5, com ventos de 298 quilómetros por hora." Das 32 mortes confirmadas, pelo menos 25 ocorreram "em Petit-Goâve, no Haiti, depois de um rio inundado pelo Melissa ter transbordado." Nesta região, "muitas famílias" ficaram "isoladas devido à falta de serviço telefónico" e aos cortes na eletricidade, provocados sobretudo pelas "inundações generalizadas." É estimado que cerca de "25 mil pessoas estejam em abrigos."
O furacão chegou a terra "perto de Black River, em Saint Elizabeth, no sudoeste do país" e chegaram a ser registadas "rajadas de vento que ultrapassaram os 300 km por hora." Claramente, os efeitos "foram catastróficos, quer no interior montanhoso, com vários deslizamentos de terras, quer nas zonas costeiras, onde a subida das marés provocou inundações num raio de vários quilómetros."
Quando chegou a Cuba, a violenta tempestade era de Categoria 3, atingindo a cidade de Santiago, isolando inúmeras "comunidades locais" e afetando "cerca de 140 mil habitantes." As províncias de "Holguín e Guantánamo" foram também bastante afetadas. Foram registados em Cuba "ventos sustentados de 193 quilómetros por hora, intensidade que tem vindo a enfraquecer."
No Haiti, aquele que continua a ser considerado como o "país mais pobre das Caraíbas," a tempestade provocou a subida dos níveis de cheia na região, provocando a morte de "pelo menos 20 pessoas, incluindo 10 crianças," e provocando ainda dez desaparecidos.
Na República Dominicana, menos afetada, o Melissa "fez também um morto e deixou mais de um milhão de pessoas sem água potável devido aos efeitos das chuvas em dezenas de aquedutos." Já no Panamá, registaram-se "pelo menos, quatro mortos, três deles menores de idade, e mais de 1100 pessoas foram afetadas pelas fortes chuvas em várias províncias." Este evento atmosférico segue em "direção às Bermudas."
De acordo com o "Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC), o aviso de furacão" acabou por ser retirado, passando agora apenas para Categoria 1, nas "regiões central e sudeste das Bahamas, mas as autoridades continuam a alertar para riscos de inundações, quedas de energia e estradas intransitáveis," recomendando que sejam seguidas as indicações das autoridades, para que a prevenção possa minimizar os riscos.
Fontes:
Álvaro Laborinho Lúcio deixou-nos na última madrugada com 83 anos.
Álvaro nasceu na Nazaré, no dia 1 de dezembro de 1941 e, na sua "juventude, chegou a ser ator amador, tendo mesmo "participado na criação do Grupo de Teatro da Nazaré." Entretanto, veio a ingressar na "Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito e obteve o Curso Complementar de Ciências Jurídicas."
Foi "ministro da Justiça e deputado à Assembleia da República, juiz, procurador da República, inspetor do Ministério Público e diretor da Escola da Polícia Judiciária e do Centro de Estudos Judiciários."
Na Nota de Pesar do site da Presidência da República, Laborinho Lúcio é caraterizado como um homem que "esteve sempre à frente do seu tempo," como um humanista de uma grande "ética cívica" e "um elevado sentido de serviço ao país." Foi desde sempre um defensor "dos direitos humanos, sempre na procura permanente da defesa intransigente dos direitos das crianças em todas as suas dimensões."
Além da publicação de vários livros, foi ainda "dirigente de várias associações, como a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e a CRESCER-SER, e mais recentemente, fez parte da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica." Em março de 2023,
Foi também membro da "Academia Internacional da Cultura Portuguesa e doutor honoris causa pela Universidade do Minho, recebeu a Grã-Cruz da Ordem de S. Raimundo de Peñaforte pelo rei de Espanha e a Grã-Cruz da Ordem de Cristo pelo Presidente da República Jorge Sampaio."
Fontes:
Foi Primeiro-ministro de Portugal entre janeiro de 1981 e junho de 1983, acreditava tanto na liberdade de imprensa, que fundou um dos mais conhecidos jornais da atualidade, ainda o país não era livre. Foi advogado, mas também jornalista, político, empresário.
Morreu ontem à noite, com 88 anos e a notícia da sua morte "foi comunicada pelo próprio primeiro-ministro durante o Conselho Nacional do PSD, à porta fechada, tendo sido ouvido um longo aplauso por parte dos conselheiros nacionais do partido do qual Pinto Balsemão foi fundador."
Luís Montenegro anunciou a intenção do Governo de decretar luto nacional no dia das cerimónias fúnebres. Já Luís Marques Mendes, candidato presidencial, "fez saber" durante esta madrugada, "que todas as ações de campanha agendadas para os próximos dias serão canceladas, por respeito à memória de Francisco Pinto Balsemão," que era "Presidente da Comissão Política da sua candidatura."
Francisco Pinto Balsemão, nasceu em Lisboa a 1 de setembro de 1937. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, desde cedo, "envolveu-se no mundo da imprensa, adquirindo experiência jornalística na revista Mais Alto e, posteriormente, no semanário e no matutino Diário Popular." No ano de 1972, fundou o grupo Impresa, de onde em 1973 sairia a primeira edição do semanário Expresso, o qual "se tornaria um dos jornais mais prestigiados do país, especialmente relevante no período de transição democrática."
Figura determinante não só na vida pública, mas também na vida política, "fez parte do grupo de jovens liberais que, ainda antes da Revolução de 25 de Abril, assumiu um papel de destaque na "Ala Liberal" da Assembleia Nacional." Em 1974, funda o "Partido Social Democrata" (na altura PPD-PSD), "juntamente com Magalhães Mota e Francisco Sá Carneiro," tendo sido o militante número 1" e, em janeiro de 1981, torna-se mesmo Primeiro-ministro, no "VII Governo Constitucional, tendo permanecido no cargo até junho de 1983." Foi durante o seu mandato que se negociou o dossier do "processo de adesão à Comunidade Económica Europeia," bem como a "revisão constitucional de 1982, que afastou definitivamente o Conselho da Revolução."
Dedicou-se de forma particular à causa da liberdade e do direito à informação. "A sua visão consistiu em fomentar a liberdade de informação, modernizar os meios de comunicação social e contribuir para a consolidação da democracia portuguesa."
Em 1986, Balsemão começa a preparar o caminho para um novo conceito televisivo, que levaria à implantação de um novo canal - a SIC. Em 1991, no governo de Cavaco Silva, viu uma brecha de negócio que daria lugar no ano seguinte à criação da primeira estação privada de televisão, a SIC – Sociedade Independente de Comunicação - numa panorâmica mais comercial e generalista, apostando desde logo na informação. A primeira emissão teria lugar a 6 de outubro de 1992, com a apresentação de Alberta Marques Fernandes. Dos sócios fundadores da SIC, faziam parte o "Jornalgeste," (que detinha o Jornal de Notícias, O Jogo e a Rádio Press, "o grupo Lusomundo" e o grupo "Soincom, com 25% do capital social," do qual faziam parte, entre outros, o "grupo Impresa de Francisco Pinto Balsemão (Expresso, A Capital, Exame)," o "grupo Impala (Maria, Mulher Moderna, Nova Gente, TV 7 Dias)," e a Rádio Comercial."
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade_Independente_de_Comunica%C3%A7%C3%A3o
https://www.publico.pt/2025/10/21/sociedade/noticia/morreu-francisco-pinto-balsemao-2151693
https://www.publico.pt/2025/10/21/sociedade/noticia/morreu-francisco-pinto-balsemao-2151693
Esta tarde, um "homem de 25 anos esfaqueou várias pessoas," todos utentes de um "centro de tratamento de toxicodependência, localizado na freguesia de Almoster, Santarém." No ataque, conseguiu esfaquear três pessoas, e agredido fisicamente outras quatro. Um dos feridos ficou mesmo em estado grave. Houve ainda outra pessoa que se terá sentido "mal" ao assistir a este crime.
De acordo com um testemunho dado pela GNR, este homem terá sido expulso e ao ver-se nessa situação, terá dado início ao "ataque, usando uma faca de cozinha", com a qual conseguiu atingir várias pessoas.
O alerta para esta ocorrência terá ocorrido "pelas 14h35", tendo sido mobilizados para o local "32 operacionais" (entre elementos "da GNR, bombeiros e INEM"), 12 viaturas, veículos e um meio aéreo, "helicóptero do INEM (HeliSul) e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Franca de Xira." Esta instituição, a Associação Picapau, "foi criada em 1993 com a missão de combater a toxicodependência, a pobreza e a exclusão social."
Fontes;
Será que há mortos que valem mais do que outros nesta guerra? Seá que há reféns e presos que valem mais do que outros?
A resposta rápida poderia ser "não", mas a realidade talvez seja outra.Temos visto nos últimos dias um grande ênfase dado aos reféns que o Hamas tem estado a libertar e, esses, apanhados num ato de imensa brutalidade e há mais de dois anos em cativeiro, sofrerão horrores que a nenhum de nós lembra, ameaçados pela morte às mãos de uma guerrilha ou, tantas vezes, recaindo sobre as suas cabeças a ameaça dos mísseis enviados para os, supostamente, salvarem.
Felizmente (e muito tardiamente) estes homens e mulheres voltam agora a casa. Outras famílias, estão neste momento a receber ainda os restos mortais dos seus entes queridos, se tais corpos se confirmarem serem mesmo os seus. Foi isto, que a negociação que Trump liderou, conseguiu. E em troca, o governo de Israel libertou cerca de 1900 prisioneiros. Quem são e porque estavam presos, alguém sabe? Que valor tem cada um deles? É que vários (muitos) foram entregues também já mortos. Mortos de quê e porquê? Foram presos ou também eram reféns? É que isto de se olhar para os outros, pode dar-nos uma opinião errada de acordo com a perspetiva que seguimos.
E nesta guerra, há vítimas - demasiadas - mas também há culpados de ambos os lados. Até do lado ocidental que tanto preza dizer que é contra e a favor disto e daquilo, sem saber do que fala. A história de Israel e da Palestina é muito mais antiga do que muitos imaginam. A terra "prometida" por um deus foi depois prometida por um governante. Um governante que a prometeu a dois povos, que hoje se julgam ambos no direito de a habitar. "A região histórica da Palestina foi assim denominada pelos gregos e romanos por causa de um dos povos que habitavam essa área, os filisteus."
Para mim, é o hoje que mais importa, um hoje feito de muitos mortos de ambos os lados. Mortos que têm de importar o mesmo de ambos os lados, que deviam ter o mesmo destaque e não têm. Parece que, ao apoiarmos um dos povos, somos obrigados a concordar com o "fim" do outro, e não, isso não é assim. O que é a solução dos dois estados de que todos falam e como é que se podes chegar a um acordo entre dois povos que têm ainda muito ódio a correr nas veias?
Em 1891, "várias centenas de americanos proeminentes," assinaram uma declaraçá que apoiava a criação "de um Estado judaico na Palestina." Anos mais tarde, os judeus seriam amplamente perseguidos, mais uma vez, um povo do mundo, mas sem casa, embora muitos falassem da pátria que os receberia. A história deste povo é dura, mas é também dura a história do povo palestiniano, que atualmente vive na Faixa de Gaza, mas também na Líbia, Jordânia (onde vivem cerca de 1,9 milhões de palestinianos) e Cisjordânia.
Falam árabe, mas possuem também um dialeto local. A "religião predominante é o islamismo sunita, mas existe uma importante minoria cristã." Podíamos aqui falar também da influência britânica neste conflito, "durante o Mandato Britânico da Palestina" ou da "Guerra de Independência de Israel, entre 1947 e 1949," na qual mais de "600 mil" palestinianos "foram deslocados, no que os palestinos chamam de Nakba”. Em 1967, ocorreu a "Guerra dos Seis Dias" que transformou a Palestina, não apenas num "local de origem," mas também na ideia de "um passado e um futuro compartilhados, na forma de um Estado palestino."
Durante os Acordos de Oslo (que ocorerm em 1993 e 1994), foi criada a "Autoridade Nacional Palestina (ANP), um autogoverno provisório palestino liderado pela Organização para a Libertação da Palestina (OLP), um conjunto de organizações políticas criado em 1964 por Yasser Arafat e que visa representar o povo palestino internacionalmente."
O importante seria este conflito terminar e, fora a questão política e geográfica, o que mais importaria era haver respeito e aceitação, de ambas as partes e isso, está muito difícil de acontecer.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Palestinos
Tinha 97 anos e assistiu por isso a importantes eventos do curso histórico do nosso país, da Europa e do Mundo! Além de historiador, António Borges Coelho, foi também poeta e ficcionista. Escreveu sobre a "Inquisição portuguesa e a ocupação islâmica daquele que viria a ser o território português." Passou pela queda da República, por uma ditadura, pela 2ª Guerra Mundial e pela chegada da democracia. Assistiu ao encerramento do país devido ao Covid, o mesmo covid que o mantinha internado e que terá contribuído para a sua morte.
Nascido em Murça a 7 de outubro de 1928, quis "ser frade franciscano," tendo arriscado ir "para o seminário de onde acabaria por ser expulso."
No final da década de 1940, ingressa na "Faculdade de Direito Lisboa, mas abandona os estudos para dedicar-se exclusivamente à política," participando de forma ativa "na campanha presidencial de Norton de Matos."
"Em 1949 integra o Movimento de Unidade Democrática (MUD) Juvenil e, depois, o Partido Comunista Português (PCP). A 3 de janeiro de 1956, já como dirigente do PCP na clandestinidade, é preso pela PIDE, recolhendo à cadeia do Aljube."

Em junho de 1957 é julgado e "condenado a dois anos e nove meses de prisão," seguindo "para a prisão de Peniche." É ainda na prisão que casa "com Isaura Silva, em 1959. Um ano depois, Borges Coelho opta por não integrar a fuga de Peniche de vários dirigentes do PCP," recusando assim voltar à clandestinidade. A sua pretensão era a de se dedicar "a uma carreira como historiador após a libertação" algo que mais tarde acabaria por acontecer, mas não sem antes ter sido "castigado e enviado para o Aljube." Ali, foi sujeito "à tortura da estátua e a seis meses de isolamento."
Regressado à prisão de "Peniche, dedica-se ao trabalho de escrita histórica. Em 1962 ser-lhe-ia concedida liberdade condicional por um período de cinco anos." Diz o PCP que, depois de adquirida a liberdade, Borges Coelho toma a decisão "de se desvincular do PCP," mas não se sabe se terá sido assim, uma vez que terá continuado a "manter um posicionamento de estreita colaboração com o Partido."
"Em 1967 conclui a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa. Em 1968 torno-se jornalista, n’ A Capital." Depois disso, veio ainda a trabalhar "no Diário de Lisboa, Diário Popular, Vértice ou Seara Nova."
"Já em liberdade continuou os trabalhos que tinha iniciado no Forte de Peniche e escreve “As Raízes da Expansão Portuguesa”, livro que foi apreendido das livrarias e que o levou a ser submetido a novos interrogatórios pela PIDE. No ano seguinte publicou “A Revolução de 1383”.
Além destes, publicou as obras "Questionar a História, A Inquisição em Évora (1987)" bem como "vários volumes da História de Portugal."
Até 2020, foi "presidente do Conselho Consultivo do Museu do Aljube, com quem colabora desde o seu início. Em 1999, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago da Espada, em 2018 com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e em 2019 foi-lhe atribuída pelo Governo a Medalha de Mérito Cultural." Tinha publicado este ano, na editora Caminho, "a coletânea Poemas."
Uma das fontes vivas da memória deixou-nos e deixou mais pobre o nosso país. O PCP diz dele que é um "homem vertical, solidário, homem de causas e de luta pela liberdade, pela emancipação social, por um Portugal democrático, de progresso e de justiça." Pelo menos, ficaram a sua escrita e os seus relatos e isso será mais difícil de apagar.
Fontes:
https://www.museudoaljube.pt/doc/antonio-borges-coelho-jorge-tavares-da-silva/
https://www.pcp.pt/faleceu-antonio-borges-coelho
O mau tempo que se tem feito sentir no sul da América nos últimos dias tem causado destruição e já fez várias vítimas mortais na região. A causa foi um "sistema de tempestades tropicais", do qual fizeram parte pelo menos dois "furacões" o "Priscilla" e o "Raymond," que "desde 07 de outubro, causaram inúmeras inundações e atingiram 31 dos 32 estados" do México. As chuvas intensas atingiram uma "cadeia montanhosa, que se estende ao longo da costa do Golfo do México, com chuva e vento muito fortes," fazendo com que os rios transbordassem "e mais de 35 mil habitações" ficassem "danificadas," principalmente por causa dos deslizamentos de terras. A causa pode estar no aquecimento da "água do mar no Golfo do México," o que tem vindo a provocar "tempestades mais intensas, mais duradouras e que acontecem mesmo fora dos períodos tradicionais de chuva."
Na região centro e sudeste do México, "64 pessoas" perderam a vida e "65 estão desaparecidas na sequência de inundações e deslizamentos de terras." Dois bebés acabaram por perder a vida, quando a casa onde moravam com a família ficam soterrada com a lama arrastada pelas enxurradas. Algumas comunidades acabaram por ficar isoladas durante vários dias, sem qualquer apoio das autoridades. Apesar dos esforços, algumas regiões continuam sem eletricidade, tendo sido criados "50 abrigos temporários para acolher" as mais de duas mil pessoas afetadas.
Só no Estado de Veracruz, onde desde os primeiros dias tinha sido "dada ordem de evacuação para a zona costeira, e milhares de pessoas tiveram de fugir, os danos foram dos mais avultados. Neste estado, "70 municípios foram afetados e 29 267 casas sofreram algum tipo de danos, assim como "81 localidades" ainda "permanecem isoladas."
"A nível nacional, foram criados 146 abrigos que albergam atualmente cerca de 5.448 pessoas." Na região de "Hidalgo, as autoridades contabilizaram 16 mortos em deslizamentos de terras nos municípios de Tenango e Zacualtipán."
"Em Puebla," foram registados "pelo menos cinco mortos e oito desaparecidos em deslizamentos de terra," e em "Querétano," uma criança também terá morrido, "devido a um deslizamento de terra."
Já na Venezuela, as fortes chuvas também provocaram estragos. Apesar das chuvas intensas que se faziam sentir, a mina de "El Callao, na Venezuela," continuou a laborar. As chuvas intensas que atingiam Caracas, levaram ao desabamento dos poços verticais da "mina Quatro Esquinas de Caratal," que fica na "cidade de El Callao, a cerca de 850 quilómetros a sudeste de Caracas," e matando 14 mineiros que ficaram encurralados.
Numa região com grande mineragem de ouro e em condições, muitas vezes, ilegais, tinha já havido um acidente em "fevereiro de 2024," quando "um desabamento na mina ilegal Bulla Loca, também no estado venezuelano de Bolívar, causou a morte de pelo menos 15 mineiros, tendo 11 ficado feridos." No ano anterior, em "junho de 2023," houve um outro acidente com o "desabamento" ocorrido "na mina Isidora, no município de El Callao," e que nessa ocasião "causou a morte por asfixia de 12 mineiros."
Fontes:
Como se faz um Plano de Paz sem que os envolvidos na guerra estejam presentes ou representados?
Difícil de perceber, mas foi precisamente isso que aconteceu. Na sexta-feira, entrou em vigor um "acordo de cessar-fogo" que segue um "plano de 20 pontos apresentado pelo Presidente norte-americano, com o objetivo de pôr fim à guerra desencadeada em 07 de outubro de 2023 pelo ataque do Hamas que visou o sul do território israelita."
Trump assinou um Plano de paz, junto com os negociadores do Egito, do Catar e da Turquia, mas sem a presença do Hamas nem de Israel, ou seja, sem as partes beligerantes. Na verdade, há a dúvida se não se poderá apenas tratar de um cessar fogo, o que deixa a grande dúvida - e depois? O que esperar depois de terminar esta primeira fase? O que acontecerá se uma das partes falhar um dos pontos do acordo? Para Trump, está tudo resolvido e todos lhe vão obedecer.
A Cimeira realizou-se no Egito e juntou representantes de "35 países (entre os quais França, Itália, Alemanha, Jordânia, Turquia e Reino Unido, bem como das Nações Unidas e da União Europeia" - incluindo Portugal, representado por e "António Costa — em representação da Comissão Europeia"), mas deixou de fora os principais intervenientes no conflito. Antes de seguir para a Cimeira, Trump foi a Jerusalém onde esteve com familiares dos reféns e discursou no parlamento de Israel, e de onde saiu afirmando que a guerra tinha terminado. Nesta visita a Israel, o principal objetivo foi o de firmar as condições para a segunda fase do acordo de paz.
Naquilo que respeita à execução do Acordo, poderão haver algumas divergências, embora o Hamas tenha já libertado "todos os 20 reféns" vivos, mantidos desde dia 7 de outubro de 2023. Faltam ainda entregar os 28 corpos dos reféns que entretanto morreram, durante estes dois anos.
"Não existem lusodescententes entre os sete cidadãos libertados" embora se fale em "três luso-israelitas." Em troca da libertação destes reféns e da entrega dos corpos, "Israel comprometeu-se a libertar 250 palestinianos detidos por razões de segurança, incluindo vários condenados por atentados mortais anti-israelitas, bem como 1700 palestinianos detidos em Gaza desde o início da guerra.
Em discussão está também a reconstrução de Gaza e a eterna questão da aceitação dos dois estados, ideia defendida por exemplo pelo presidente do Egito, ou pelo governo espanhol.
Fontes:
https://www.rtp.pt/noticias/mundo/trump-a-caminho-de-israel-a-guerra-acabou-perceberam_n1690550
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